MPF recomenda que órgãos de RR garantam controle na saúde indígena

Recomendações foram expedidas à Sesai e aos Dseis de Roraima.
MPF diz que os conselhos possuem 8 problemas, dentre eles o nepotismo

 sangue-2-2016-saudeA Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei) Yanomami e Leste, devem garantir condições e recursos necessários para fortalecer o controle social na saúde indígena. As recomendações são do Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR) expedidas na terça-feira (19).

As recomendações visam resolver problemas que impedem a correta atuação dos Condisis. Segundo o MPF, atualmente, os conselhos possuem oito problemas, sendo eles: reuniões, nepotismo, capacitação, prestação de contas, incentivo de atenção básico aos Povos Indígenas, representatividade no Conselho Estadual de Saúde, paridade e representatividade e transparência e informações dos Condisis.

"A Sesai e os Dseis deverão ainda disponibilizar recursos para o deslocamento e permanência desses conselheiros nas aldeias, garantindo o tempo necessário para as deliberações e avaliação das condições da saúde", informou o MPF.


Os documentos ainda preveem que sejam realizadas ao menos três reuniões ordinárias anuais dos Condisis do Dsei-Leste e Dsei-Yanomami, duas reuniões ordinárias anuais dos conselhos locais, nas aldeias ou polos base, e ações de formação e capacitação dos conselheiros.

O Ministério Público Federal em Roraima recomendou que os Dseis e Condisis adotem práticas que coíbam a contratação de parentes dos membros dos conselhos pelos distritos sanitários.

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G1: 'Conquista', diz líder Yanomami ao receber sangue repatriado em RR

MPF entregou 100 frascos de sangue repatriado dos EUA nesta terça (19).
Colhido em 1960 e 1970, material foi levado aos EUA sem aval dos índios.

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Índios Yanomami receberam nesta terça-feira (19) do Ministério Público Federal em Roraima (MPF/RR), em Boa Vista, mais um lote de amostras de sangue colhido por cientistas norte-americanos [Veja vídeo acima]. O material foi coletado sem o consentimento dos índios e do governo brasileiro nos anos 60 e 70. Esta é a terceira remessa que chega ao país.

Os cerca de 100 frascos de material genético foram entregues ao líder Yanomami Davi Kopenawa, presidente da presidente da Hutukara Associação Yanomami, que comemorou o retorno do sangue indígena. As amostras, que estavam em universidades norte-americanas, só voltaram ao Brasil devido a intervenção do MPF.  Não se sabe exatamente que tipo de pesquisa foi feita com o material.

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Para Kopenawa, a repatriação do sangue, que levou mais de 40 anos, é uma conquista para o povo Yanomami.

"Foi uma conquista muito difícil. Muitas pessoas ajudaram. O governo federal brasileiro conversou com os americanos, que levaram nosso sangue sem consultar nosso povo e a Funai [Fundação Nacional do Índio]. Foi uma falta de respeito", explicou.

Ao receberem a primeira remessa das amostras, em abril de 2014, os índios fizeram uma cerimônia de mais de três horas para enterrá-la na comunidade Piaú, na região de Toototobi, divisa entre os estados do Amazonas e Roraima.

"O sangue é prioridade na cultura Yanomami, ele pertence ao nosso povo. Agora, vamos levá-lo de volta onde nossa família nos espera e iremos enterrá-lo na nossa comunidade", afirmou Davi. Ainda não há data para a cerimônia de enterro das 100 amostras entregues nesta terça pelo MPF.

O material genético foi entregue aos Yanomami pelo procurador da República Fábio Brito Sanches, titular do Ofício de Defesa dos Direitos Indígenas. Ele afirmou que a devolução do sangue foi resultado de negociações que ocorrem desde 2005.

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URGENTE: Garimpo ilegal na maior reserva indígena do país é alvo de operação

O Bom Dia Brasil acompanhou uma operação do Ibama e da Funai contra o garimpo ilegal de ouro que destrói a reserva Yanomami em Roraima.

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O Bom Dia Brasil acompanhou durante cinco dias uma operação do Ibama e da Funai contra o garimpo ilegal de ouro que está destruindo a maior reserva indígena do Brasil.

Nesta terça-feira, 19 de abril, no Dia do Índio, você vai saber por que um estudo da Fiocruz apontou que os índios yanomami em Roraima estão contaminados por mercúrio.

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DIA DO ÍNDIO

CIR diz que Estado tem 90 mil indígenas

Para o Conselho Indígena de Roraima (CIR), data é lembrada com conquistas e desafios a serem enfrentados pelos povos indígenas no Estado

Por Luan Guilherme Correia

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Comemorado em 19 de abril, o Dia do Índio é lembrado por lideranças indígenas em todo o Estado como um misto de simbologia e representatividade aos povos nativos. De acordo com dados do Conselho Indígena de Roraima (CIR), atualmente 60 mil índios vivem nas aldeias e comunidades do Estado e 30 mil moram nas cidades, o que representa quase 20% da população.

Conforme o CIR, o Estado de Roraima possui 470 comunidades indígenas, distribuídas em 10 etnias (Macuxi, Yanomami, Patamona, Ingaricó, Wai Wai, Taurepang, Sapará, Wapixana e Xiriana). Existem 22 terras indígenas demarcadas no Estado, sendo uma, a Pirititi, que fica localizada na divisa de Roraima com o Amazonas, ainda em processo de regularização. Cerca de 10 milhões de hectares são ocupados por povos indígenas, 46% das terras do Estado.

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G1: ndios de RR enfrentam cidade para realizar sonho de cursar nível superior

Até março deste ano, 1.024 indígenas estavam matriculados na UFRR.
'Estamos lutando por nossa autonomia', diz indígena recém-formado.

 

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Todos os anos dezenas de índios das mais diversas regiões de Roraima deixam para trás seus familiares e comunidades em busca da realização de um sonho: obter um diploma universitário. Em lembrança ao Dia do Índio, comemorado nesta terça-feira (19), o G1 conversou com dois jovens universitários indígenas que vivem em Boa Vista.

Conforme números da Universidade Federal de Roraima (UFRR), até março deste ano, 1.024 alunos indígenas estavam matriculados na instituição dirigida pelo reitor descendente de indíos Jefferson Fernandes. Os cursos com maior número de indígenas são Licenciatura Intercultural, Gestão Territorial, Gestão Coletiva em Saúde, Agronomia e Ciências Econômicas.
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Os indígenas universitários ouvidos pelo G1 relatam que as dificuldades na cidade são muitas. A primeira delas é o dinheiro, seguido pela saudade de casa e a vontade de voltar para as comunidades após o término do curso.

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