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G1: Nova remessa de sangue Yanomami levado aos EUA é repatriado para RR

Amostras de sangue Yanomami serão devolvidas nesta terça-feira (19).
Sangue Yanomami foi coletado sem autorização entre os anos 1960 e 1970.

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Uma nova remessa de amostras de sangue Yanomami coletadas sem autorização por pesquisadores dos Estados Unidos na década de 60 será devolvida aos indígenas nesta terça-feira (19), em Boa Vista. A repatriação deve ser feita pelo Ministério Público Federal (MPF) ao líder indígena Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami.

Segundo o MPF, esta será a terceira remessa do sangue a ser devolvida. A primeira ocorreu em abril de 2015, na comunidade de Piaú, região de Toototobi, divisa entre os estados do Amazonas e Roraima. A segunda foi feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em Brasília.

 

O acordo para a repatriação do sangue foi articulado pela Secretaria de Cooperação Internacional, e foi assinado entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Universidade da Pensilvânia em março de 2015.

Os trabalhos começaram em 2002, quando as lideranças indígenas procuraram o MPF e, segundo o órgão, em 2005 a Procuradoria da República em Roraima instaurou um procedimento administrativo.

O caso, que ficou conhecido como 'Sangue Yanomami', ocorreu entre as décadas de 1960 e 1970 quando um antropólogo e um geneticista coletaram amostras de sangue de indígenas no Brasil e na Venezuela sem autorização das lideranças do povo.

Além do líder indígena Davi Kopenawa, devem participar da cerimônia no MPF representantes da Fenama Associação Yanomami, Associação dos Povos Yekuana do Brasil (Apib), Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Socioambiental (Isa). A repatriação do sangue em Boa Vista ocorre em celebração do Dia do Índio, comemorado dia 19 de abril.

Entenda o caso
Após 45 anos, os índios da etnia Yanomami conseguiram a repatriação do sangue coletado por cientistas norte-americanos da Universidade da Pensilvânia. Em abril de 2015, durante uma cerimônia na comunidade de Piaú 2.693 frascos de sangue foram devolvidos aos indígenas. As coletas foram derramadas em um buraco cavado na maloca por líderes do grupo durante um ritual.

Em setembro, o Ministério Público Federal (MPF) entregou ao líder Yanomami Davi Kopenawa um lote com 474 amostras de sangue indígena coletado por cientistas.

Segundo o MPF, as amostras foram coletadas sem o consentimento dos índios e sem conhecimento do governo brasileiro. Não sabe exatamente que tipo de pesquisa foi feito com o material.