Folha de Boa Vista - Índios denunciam que a presença de garimpeiros avança na área Yanomami"

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Índios denunciam avanço da presença de garimpeiros



Vaneza Targino

A presença de garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami foi mais uma vez denunciada pelos indígenas que vêm realizando encontros para discutir o problema que já afeta diretamente milhares de índios de 10 comunidades. No Encontro Regional da Hutukara, realizado na região de Surucucus nos dias 06 e 07 de setembro, foram discutidos o problema da garimpagem ilegal e as mortes causadas pela presença dos garimpeiros.


Participaram do encontro o coordenador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), André Vasconcelos, um representante do Ministério Público Federal (MPF-RR) e o coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIRR), Mário Nicácio, que atenderam ao convite da Hutukara Associação Yanomami. Todos os convidados sobrevoaram as comunidades de Haxiu, Xitei e Homoxi, onde existe exploração ilegal de garimpo.


O vice-presidente da Hutukara, Maurício Y’ekuana, explicou que há tempos a garimpagem vem ocorrendo dentro da terra indígena e que as áreas de exploração estão aumentando. Ele disse, em entrevista a Folha, que 10 comunidades vêm sendo prejudicadas com a presença dos garimpeiros.


“O nosso temor é que os garimpeiros forneçam armas aos índios, como espingarda. Os índios podem acabar ferindo ou matando outros índios, pois é comum conflito entre as tribos. Os garimpeiros sempre aliciam os índios, que acabam guiando os brancos na mata. É preciso uma ação dentro da nossa terra”, declarou Maurício.


Mais informações na edição impressa da Folha desta segunda-feira, dia 12.

Lideranças Yanomami Participam de Encontro em Surucucu

Documento original (doc)

Veja Fotos do encontro - (Créditos Brisa Catão, assessora voluntária da Hutukara)

Durante o período de 03 a 07 de setembro de 2011, cerca de 300 indígenas de, pelo menos, 22 comunidades yanomami estiveram reunidos na comunidade Kori Yauopë, região de Surucucu para discutir os problemas das Comunidades: Proteção Territorial; Organização Interna da HAY, Mudanças Climáticas – identificando alterações no modo de vida; Iniciar a discussão do Plano de Gestão Territorial; Políticas Públicas dando prioridade para a questão da saúde indígena; Reestruturação da HAY – alteração no Estatuto Social da Entidade e elaboração do Regimento Interno da HAY.

Sobre a proteção territorial foi feito um debate porque as autoridades não protegerem a TIY e os participantes chegaram à conclusão que as autoridades não indígenas não têm compromisso com a sobrevivência e nem com o modo de vida dos Yanomami e Ye´kuana, enquanto as políticas públicas, as mesmas lideranças concluíram que falta vontade política dessas autoridades. “Quando falam em educação as autoridades querem que nós indígenas desenvolvamos a mesma metodologia de ensino da cidade, dos centros urbanos, não aceitam a nossa forma de buscar conhecimento, aprendizagem diferenciada, não reconhece nossa língua materna nem a nossa cultura, querem que nós indígenas sejamos, iguais a eles, as autoridades da educação tem que entender que somos diferentes, vivemos em ambientes diferentes e temos nossas tradições próprias, eles tem que respeitar tudo isto”, salientou a liderança Dário Vitório Kopenawa Yanomami.

A saúde é uma questão sempre problemática, isto é a avaliação dos representantes das comunidades no Encontro, mas foi discutida a possibilidade de definição de um plano de atendimento para minimizar os problemas existentes na região do Surucuccu,  durante o Encontro Regional da HAY, também participaram Representantes: da FUNAI, da SESAI (DSEI-Y), do Exercito Brasileiro Pelotão 7° BIS do Surucucu, do ISA – instituto Socioambiental, da Secretaria de Educação do Estado de Roraima esteve representada por um funcionário indígena Yanomami – Júnior Hekurari Yanomami.

Em relação aos temas mudanças climáticas e gestão territorial foi refletido, discutido pelos participantes que a escassez da caça e da pesca, seca dos rios, enchentes inesperadas, perdas de roças e frutos das florestas estão cada vez mais constantes e preocupando as lideranças das comunidades e aumentando a dependência de alimentação da cidade (centros urbanos), isto é efeito das mudanças da terra (climáticas) que afetam o modo de vida dos Yanomami e Ye´kuana, estes problemas deve ser prioridade para a HAY nos próximos anos e devem serem melhores discutidos pelas lideranças das comunidades. A insegurança alimentar é um problema de todos as comunidades da região do Surucucu.

Já a discussão sobre a organização interna foi avaliado que a aproximação das lideranças das HAY com as bases possibilitam o fortalecimento da organização bem como a credibilidade junto às comunidades, sendo isto fundamental para que todos entendam de fato o verdadeiro papel e importância da HAY. Junto com esta discussão também foi discutido que a Hutukara precisa melhorar seu estatuto social e criar um regimento interno para a Organização, mas, a principal dificuldade é fazer com que as lideranças entendam, compreendam para que servem essas ferramentas. As influencias e interferências externas são fortes, e as aldeias que antes ficavam reféns dos órgãos públicos, vêem na Hutukara uma representante forte e legítima na luta pelos yanomami, permitindo a Hutukara a sua defesa e representação. O efeito da nova organização yanomami vem gradativamente se mostrando positivo na medida em que as reuniões são realizadas, um número cada vez maior de lideranças Yanomami e Ye´kuana têm participado das lutas em defesa dos povos que habitam a TIY junto à Hutukara.

Os indígenas tiveram a oportunidade de falar sobre os problemas enfrentados pelas comunidades. Várias lideranças denunciaram que o garimpo tem aumentado dentro da TIY. “Não queremos isso, faz mal para floresta e para nosso povo, que sofre as consequências”, diz o líder Davi Kopenawa e também diretor da Hutukara Associação Yanomami.

Muitos yanomami reclamaram ainda da precariedade na assistência à saúde e ao aumento das  doenças, como a malária.

Além de aproximar as comunidades, um evento como este faz com que os índios tomem conhecimento do que acontece na floresta. É um espaço de discussão onde  eles têm voz e vez.  

Até o fim do ano, a Hutukara deve realizar mais dois eventos – Encontros Regionais:

Encontro Regional do Baixo Mucajaí    17 a 19/10/2011
Encontro Regional do Marari    01 a 03/10/2011


Estes eventos são realizados com a apoio da APOIO da CAFOD LONDRES e família da JESSE SKLAIR e ASSESSORIA: ISA – INSTITUTO SOCIO AMBIENTAL


Boa Vista – RR, 08 de setembro de 2011.



Mauricio Tomé Rocha (Ye´kuana)
Vice – Presidente Hutukara e Coordenador de Comunicação
Telefone para contato: (95) 9154-5841
E-mail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.

Deputada denuncia violação de direitos de yanomamis em Roraima

Disponível em: http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=100225

janete

A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP) denunciou da tribuna da Câmara dos Deputados a violação de direitos dos povos indígenas na reserva Yanomami, no Estado de Roraima, onde 1.500 garimpeiros estão atuando ilegalmente. Em carta encaminhada à Redação do MONITOR MERCANTIL, a parlamentar diz que a ofensiva dos garimpeiros se deve ao aumento do preço do ouro no mercado internacional. Os garimpeiros, segundo ela, estão construindo pequenos aeroportos clandestinos e operando vôos ilegais.

Davi Kopenawa Yanomani, presidente da Associação Yanomami, apresentou as denúncias a diversos órgãos federais, mas os crimes continuam ocorrendo sem qualquer ação do Estado.

- Os rios são poluídos pelo mercúrio empregado na garimpagem; os animais estão morrendo e os indígenas estão ficando doentes. Os garimpeiros têm armas, radiofonia e aparelhos de TV, entre outros, o que demonstra a ausência do governo, do poder público. Vou levar essas denúncias à Funai, à 6ª Câmara da Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal. É muito grave a situação, pelas dimensões que atingiu - afirmou a deputada.

Janete anexou ao seu discurso o ofício encaminhado por Davi Kopenawa Yanomami a James Anaya, relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas.

Segundo Kopenawa, “os Yanomami, cerca de 32 mil pessoas, são o povo mais numeroso vivendo em relativo isolamento na América do Sul, nas áreas montanhas da fronteira do Brasil com a Venezuela. O seu território está reconhecido oficialmente pelos dois países. No Brasil, a terra foi demarcada em 1992”. São 9,6 milhões de hectares.

Deputada Janete cobra do Governo Federal que iniba garimpo ilegal nas terras Yanomami

Extraído de: Partido Socialista Brasileiro  - 30 de Agosto de 2011
Janete Capiberibe pede a Governo Federal que iniba garimpo ilegal nas terras Yanomami

Disponível em:
http://psb.jusbrasil.com.br/politica/7580524/janete-capiberibe-pede-a-governo-federal-que-iniba-garimpo-ilegal-nas-terras-yanomami

A deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) denunciou da tribuna da Câmara dos Deputados a violação de direitos dos povos indígenas na reserva Yanomami, no estado de Roraima. Uma matéria foi publicada no jornal Folha de Boa Vista falando dos garimpos ilegais nas terras indígenas, inclusive com a construção de aeródromos e operação de voos irregulares. A ofensiva dos garimpeiros, segundo a deputada, se deve ao aumento do preço do ouro no mercado internacional.

A parlamentar relatou que o presidente da Hutukara Associação Yanomami, Davi Kopenawa Yanomami, apresentou as denúncias a diversos órgãos federais, mas os crimes continuam ocorrendo sem qualquer repressão do Estado. Mil e quinhentos garimpeiros estariam atuando ilegalmente nas terras indígenas Yanomami, em Roraima.

Os rios são poluídos pelo mercúrio empregado na garimpagem; os animais estão morrendo e os indígenas ficando doentes. Os garimpeiros têm armas, radiofonia, aparelhos de TV, entre outros, o que demonstra a ausência do Governo, do poder público, do Estado brasileiro, discursou a deputada.

Vou levar essas denúncias à FUNAI, à 6ª Câmara da Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal. É muito grave a situação, pelas dimensões que atingiu, arrematou a socialista.

Janete anexou ao seu discurso o ofício encaminhado por Davi Kopenawa Yanomami ao Relator da Organização das Nações Unidas ONU para Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais dos Povos Indígenas James Anaya.

Segundo Kopenawa, no ofício, os Yanomami, cerca de 32 mil pessoas, são o povo mais numeroso vivendo em relativo isolamento na América do Sul, nas áreas montanhas da fronteira do Brasil com a Venezuela. O seu território está reconhecido oficialmente nos dois países. No Brasil, a terra foi demarcada em 1992. São 9,6 milhões de hectares.

Autor: Assessoria de Imprensa da deputada federal Janete Capiberibe