Flip recebe líder yanomami e abre espaço para debates sobre os índios

Rodrigo Casarin
Do UOL, em São Paulo
28/07/2014

Leia também: Festa Literária de Paraty (Flip) começa nesta quarta (30/7) e aborda a questão indígena

flip1"Gostaria de deixar uma mensagem pro povo da cidade. Gostaria de falar um pouco sobre mim. Sou um yanomami que gosta de lutar, defender o meio ambiente. Os garimpeiros de Boa Vista ficaram com raiva de mim, estão me perseguindo e querem acabar com a luta do meu povo, com a nossa cultura tradicional. O homem da cidade gosta de matar índio, então queria dar essa mensagem para, quem ler, pensar sobre mim, falar com nosso governo para que ele não deixe acontecer de acabarem com as lideranças que lutam. Eles querem me matar porque não gostam que eu lute. Querem que deixe destruir a natureza, sujar o rio, crescer as doenças nas comunidades indígenas. Eles não gostam de índio que luta. Em 11 de junho passado, entraram na sede duas pessoas me procurando para me pegar, levar pra fora e me amarrar ou matar, mas consegui fugir e voltei para minha comunidade. Aqui eu não tenho segurança, eu mesmo me cuido, não saio na rua à noite. Sei que corro riscos".
Davi Kopenawa é uma das maiores lideranças indígenas do mundo – em sua tribo, dentro da Terra Indígena Yanomami,  uma área 96 mil quilômetros quadrados na Amazônia, já recebeu personalidades como o rei norueguês Harald 5º e o ex-jogador de futebol David Beckham. Está à frente da Hutukara Associação Yanomami, fundada justamente para defender os direitos de seu povo. Foi na sede da entidade, na capital de Roraima, que sofreu as ameaças que descreve. Provavelmente ele falará sobre isso na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que começa nesta quarta (30). Na sexta (1º), ele dividirá a mesa "Marcados" com a fotógrafa Claudia Andujar.

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Funai prevê chegada em massa de índios isolados na fronteira do Acre

Leia artigo completo no site Amazonia Real: http://amazoniareal.com.br/funai-preve-chegada-em-massa-de-indios-isolados-na-fronteira-do-acre/


O coordenador-gera de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional do Índio (Funai), Carlos Lisboa Travassos diz, em entrevista exclusiva à agência Amazônia Real, que a equipe responsável pelo contato com os índios desconhecidos da fronteira do Acre com o Peru enfrentou a descofiança e o medo para convencê-los a tratar com remédios dos “brancos” uma gripe capaz de exterminar todo a tribo, que vive em local de difícil acesso da floresta do oeste da Amazônia brasileira.

Travassos afirma que o índios isolados recém contatados foram identificados como o povo do rio Xinane, pertencente ao tronco linguístico Pano. Sem resistência para doenças como pneumonias, eles foram convecidos a tomar os remédios pelos intertérpretes da etnia jaminawá, que falam dialetos da mesma língua. O próximo passo é vacinar todo o grupo.

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Remote Indigenous Tribe Adopts Wi-Fi Network in Hopes of Survival

By Matt PetronzioJul 18, 2014

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Davi Kopenawa, a shaman of the indigenous Yanomami tribe in the Brazilian Amazon, walks down a short hallway toward the computer to Skype with me. In his 50s, Kopenawa wears a white, long-sleeve crew neck tucked into khaki slacks. Several strings of small, black beads adorn his neck, and his dark hair is combed neatly across his forehead, pushed behind his ears.

He's visiting the San Francisco offices of Survival International, an indigenous rights group that has worked with the Yanomami since the 1970s — and with Kopenawa himself since the '80s. This is only the fourth time he has been to the U.S.

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Omissão do governo é a maior causa da violência contra os indígenas no Brasil

Fonte: Assessoria de Comunicação – Cimi, 17/07/2014.
Por Patrícia Bonilha, de Brasília (DF)

Os dados do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil referentes a 2013 evidenciam que a política indigenista em curso no país é omissa no que tange ao cumprimento das diversas obrigações constitucionais e da efetivação dos direitos indígenas. A total paralisação dos processos de demarcação de terras indígenas, os altos índices de mortalidade infantil, suicídio, assassinato, racismo e de desassistência nas áreas de saúde e educação indicam uma atitude de extremo descaso do governo em relação às populações indígenas.

Na publicação, organizada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a falta de empenho e vontade política na proteção e promoção dos direitos desses povos fica evidente também em uma análise dos dados do Orçamento Geral da União de 2013.

Um dos mais explícitos indícios da omissão governamental foi a total paralisação das demarcações de terras indígenas no ano passado, que teve um reflexo direto no acirramento dos conflitos nas aldeias em todo o país. Apesar de uma homologação ter sido assinada, nenhum procedimento demarcatório foi concluído em 2013.

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