A Hutukara Associação Yanomami e o Instituto Socioambiental vão realizar entre os dias 15 e 25 de março de 2011, o III Encontro de Coordenadores Regionais de Educação Yanomami. O evento será realizado na sede da Hutukara, na Rua Capitão Bessa, número 143, Bairro São Pedro, no período da manhã e da tarde e vai contar com a participação dos coordenadores das regiões Demini, Toototobi, Parawau, Kayanau, Papiu, Alto Catrimani e Auaris.
Entre os assuntos discutidos vão estar o Projeto Político Pedagógico das Escolas Yanomami, o Censo Escolar, o Magistério Yarapiari Formação de Professores Yanomami e Território Etnoeducacional Yanomami e Ye’kuana. Além dessas discussões políticas, será desenvolvido um curso de Português Instrumental para os coordenadores Yanomami adquirirem mais fluência na língua portuguesa e poder dialogar diretamente com os representantes do sistema de ensino em busca do direito a uma educação diferenciada.
De acordo com o censo da FUNASA de 2010, a população Yanomami em Roraima está estimada em 12.173 indígenas. Dados da Secretaria de Educação Estadual indicam que funcionam 31 escolas Yanomami e Ye´kuana, reconhecidas pelo estado de Roraima, localizadas na Terra Indígena Yanomami com 1778 alunos. Eles cursam o ensino fundamental específico e diferenciado, com utilização das línguas maternas.
Foram convidados para participar do encontro, a Secretaria Estadual de Educação, o CEFORR Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima, a FUNAI – Fundação Nacional do Índio e a OPIRR – Organização dos Professores Indígena de Roraima. Está previsto ainda a visita dos coordenadores aos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
SOBRE O MAGISTÉRIO YARAPIARI
O Magistério Yarapiari, um dos temas do encontro, foi desenvolvido pela CCPY – Comissão Pró Yanomami, de 2001 a 2008. A partir de 2009, o ISA – Instituto Socioambiental assumiu o projeto e concluiu a formação de 18 professores Yanomami.
De acordo com Lidia Montanha Castro, coordenadora do Projeto de Educação Yanomami do ISA, a formação dos Professores Yanomami foi desenvolvida contemplando o ensino fundamental e médio. O Magistério Yarapiari é um curso específico para o povo Yanomami que desenvolveu metodologia de ensino adequadas ao contexto dos Yanomami. O curso trabalhou a valorização das línguas maternas assim como propiciou aos professores Yanomami conhecimento sobre a língua portuguesa. Após nove anos de formação, os professores se tornaram bilíngüe. Cerca de 60 professores, contratados temporariamente pela Secretaria Estadual de Educação, são responsáveis pelas escolas nas suas comunidades. “O Magistério Yarapiari foi o alicerce da criação da rede escolar Yanomami”, acrescentou Castro.
PROFESSORES INDÍGENAS LUTAM POR CERTIFICAÇÃO E FORMAÇÃO
O ano de 2010 foi dedicado ao processo de transição do Magistério Yarapiari para o CEFORR - Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima da SECD/RR. “Estava prevista a realização de duas etapas intensivas de formação e dois estágios supervisionados nas comunidades Yanomami. O Governo Federal através do PAR – Plano de Ação Articulada Indígena, repassou R$ 619.000,00 para a Secretaria Estadual de Educação de Roraima desenvolver esta formação, mas até o momento nenhuma atividade foi realizada”, informou Lidia Montanha Castro, coordenadora do Projeto de Educação Yanomami do ISA,
Por conta disto, 60 professores Yanomami estão com a formação paralisada desde 2010. Eles esperam que este ano, o CEFORR realize a formação. “Antes que o recurso seja devolvido ao governo federal”, acrescentou a coordenadora.
Dario Vitorio, um dos professores do Magistério Yarapiari e atual diretor da Hutukara Associação Yanomami, desabafa: “Durante 10 anos nós, professores Yanomami, estudamos e agora estamos lutando para poder reconhecer a nossa certificação. A CCPY enviou em 2007 toda documentação para auditoria de ensino da secretaria. Em 2010 o ISA encaminhou novamente toda essa documentação, mas até agora não temos o curso reconhecido nem a certificação dos professores Yanomami. E eu quero continuar estudando, para me formar melhor nos meus estudos e depois estudar na Universidade para aprender mais e continuar apoiando o meu povo Yanomami”.
Muitos, assim como o Dário, têm vontade de continuar estudando e ingressar no ensino superior. O curso Magistério Yarapiari e a formação dos professores Yanomami foram passos importantes que garantiram na pratica o direito à educação especifica e diferenciada que regem a educação escolar indígena no Brasil. “ o Estado do Roraima precisa reconhecer essa experiência inovadora”, finalizou Lídia.
Entre os assuntos discutidos vão estar o Projeto Político Pedagógico das Escolas Yanomami, o Censo Escolar, o Magistério Yarapiari Formação de Professores Yanomami e Território Etnoeducacional Yanomami e Ye’kuana. Além dessas discussões políticas, será desenvolvido um curso de Português Instrumental para os coordenadores Yanomami adquirirem mais fluência na língua portuguesa e poder dialogar diretamente com os representantes do sistema de ensino em busca do direito a uma educação diferenciada.
De acordo com o censo da FUNASA de 2010, a população Yanomami em Roraima está estimada em 12.173 indígenas. Dados da Secretaria de Educação Estadual indicam que funcionam 31 escolas Yanomami e Ye´kuana, reconhecidas pelo estado de Roraima, localizadas na Terra Indígena Yanomami com 1778 alunos. Eles cursam o ensino fundamental específico e diferenciado, com utilização das línguas maternas.
Foram convidados para participar do encontro, a Secretaria Estadual de Educação, o CEFORR Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima, a FUNAI – Fundação Nacional do Índio e a OPIRR – Organização dos Professores Indígena de Roraima. Está previsto ainda a visita dos coordenadores aos Ministérios Públicos Federal e Estadual.
SOBRE O MAGISTÉRIO YARAPIARI
O Magistério Yarapiari, um dos temas do encontro, foi desenvolvido pela CCPY – Comissão Pró Yanomami, de 2001 a 2008. A partir de 2009, o ISA – Instituto Socioambiental assumiu o projeto e concluiu a formação de 18 professores Yanomami.
De acordo com Lidia Montanha Castro, coordenadora do Projeto de Educação Yanomami do ISA, a formação dos Professores Yanomami foi desenvolvida contemplando o ensino fundamental e médio. O Magistério Yarapiari é um curso específico para o povo Yanomami que desenvolveu metodologia de ensino adequadas ao contexto dos Yanomami. O curso trabalhou a valorização das línguas maternas assim como propiciou aos professores Yanomami conhecimento sobre a língua portuguesa. Após nove anos de formação, os professores se tornaram bilíngüe. Cerca de 60 professores, contratados temporariamente pela Secretaria Estadual de Educação, são responsáveis pelas escolas nas suas comunidades. “O Magistério Yarapiari foi o alicerce da criação da rede escolar Yanomami”, acrescentou Castro.
PROFESSORES INDÍGENAS LUTAM POR CERTIFICAÇÃO E FORMAÇÃO
O ano de 2010 foi dedicado ao processo de transição do Magistério Yarapiari para o CEFORR - Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima da SECD/RR. “Estava prevista a realização de duas etapas intensivas de formação e dois estágios supervisionados nas comunidades Yanomami. O Governo Federal através do PAR – Plano de Ação Articulada Indígena, repassou R$ 619.000,00 para a Secretaria Estadual de Educação de Roraima desenvolver esta formação, mas até o momento nenhuma atividade foi realizada”, informou Lidia Montanha Castro, coordenadora do Projeto de Educação Yanomami do ISA,
Por conta disto, 60 professores Yanomami estão com a formação paralisada desde 2010. Eles esperam que este ano, o CEFORR realize a formação. “Antes que o recurso seja devolvido ao governo federal”, acrescentou a coordenadora.
Dario Vitorio, um dos professores do Magistério Yarapiari e atual diretor da Hutukara Associação Yanomami, desabafa: “Durante 10 anos nós, professores Yanomami, estudamos e agora estamos lutando para poder reconhecer a nossa certificação. A CCPY enviou em 2007 toda documentação para auditoria de ensino da secretaria. Em 2010 o ISA encaminhou novamente toda essa documentação, mas até agora não temos o curso reconhecido nem a certificação dos professores Yanomami. E eu quero continuar estudando, para me formar melhor nos meus estudos e depois estudar na Universidade para aprender mais e continuar apoiando o meu povo Yanomami”.
Muitos, assim como o Dário, têm vontade de continuar estudando e ingressar no ensino superior. O curso Magistério Yarapiari e a formação dos professores Yanomami foram passos importantes que garantiram na pratica o direito à educação especifica e diferenciada que regem a educação escolar indígena no Brasil. “ o Estado do Roraima precisa reconhecer essa experiência inovadora”, finalizou Lídia.
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