BAIXO RIO BRANCO Operação deteve 27 garimpeiros na reserva indígena Yanomami

Por VANESSA LIMA

Disponível em: http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=119824

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A Polícia Federal já deteve 27 garimpeiros na terra indígena Yanomami, durante a operação Baixo Rio Branco, deflagrada no final do mês passado. No domingo passado, 13 garimpeiros que estavam refugiados na mata se entregaram e foram removidos para Boa Vista.

Os garimpeiros foram retirados dos pólos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Homoxi, Arataú, Alto Catrimani e Kayanaú, onde foram pedir socorro. Na sede da PF, após serem ouvidos e assinarem um Termo Circunstanciado pelo cometimento do crime de garimpagem, os detidos foram liberados e estão à disposição da Justiça. A remoção ocorreu com o apoio das aeronaves utilizadas no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei).

“Estamos esperando que eles se entreguem, pois estão sem condições de permanecerem em área. Eles estão tendo que voltar para os locais onde eram as bases do garimpo e quando chegam lá não estão encontrando mais nada. Houve a destruição e apreensão dos equipamentos e também de alimentos nos garimpos. Por isso, estão sendo obrigados a procurar os pólos indígenas para pedir socorro”, informou o delegado Ricardo Duarte, coordenador das ações da PF na operação Baixo Rio Branco.

Devido à realização da operação, o abastecimento dos garimpos não está sendo feito. As pistas foram tomadas pelo Exército Brasileiro e pela Fundação Nacional do Índio em Roraima (Funai/RR) que também estão envolvidas.

Até agora foram destruídos 20 pontos de garimpo. As forças de segurança envolvidas não encontraram mais garimpos na extensão da reserva Yanomami. “Nós conseguimos acabar praticamente com o garimpo naquela região. Como não há abastecimento, os garimpeiros ficam obrigados a se entregarem”, destacou Duarte.

A estimativa de prejuízos para os financiadores do garimpo na região é de  aproximadamente R$ 1,5 milhão. Oito balsas foram afundadas e mais de 500 itens usados na exploração ilegal de minérios, como motores, bombas de sucção, motosseras e geradores de energia, foram detonados com utilização de explosivos.   

“A PF, o Exército e a Funai estão de olho na situação naquela região e as atividades continuam sem previsão de término. Continuaremos retirando os garimpeiros da terra indígena e fazendo o trabalho de polícia judiciária”, disse o delegado.

A operação envolve uma ação conjunta do Exército Brasileiro, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Rodoviária Federal, Ibama e ICMBio. Também são realizados atendimentos médico, farmacêutico, odontológico e veterinário em comunidades carentes.

A fiscalização é realizada nos dois mil quilômetros de faixa de fronteira com a Venezuela e a Guiana. A ideia é reprimir o tráfico de drogas, crimes ambientais e combater o contrabando e descaminho de mercadorias.