YANOMAMI Operação destrói 20 garimpos em reserva

YANOMAMI
Operação destrói 20 garimpos em reserva

Por ANDREZZA TRAJANO

Disponível em: http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=119155

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Em uma semana de atividade, a operação Baixo Rio Branco, executada por diversos órgãos federais, já contabiliza resultados da fiscalização realizada nos dois mil km de faixa de fronteira com a Venezuela e a Guiana. A ideia é reprimir o tráfico de drogas, crimes ambientais e combater o contrabando e descaminho de mercadorias. Vinte garimpos já foram destruídos.

A operação envolve uma ação conjunta do Exército Brasileiro, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Polícia Rodoviária Federal, Ibama e ICMBio. Também são realizados atendimentos médico, farmacêutico, odontológico e veterinário em comunidades carentes.

Em um segundo balanço preliminar divulgado ontem pela 1ª Brigada de Infantaria de Selva, que coordena as atividades, já foram retirados 13 garimpeiros da terra indígena Yanomami, destruídas oito balsas nas regiões do rio Couto de Magalhães e Homoxi, desativados 20 pontos de garimpo e interditadas pistas de pouso clandestinas, que serviam de apoio para a exploração ilegal de minérios na reserva.

Somados, os prejuízos dos garimpeiros com a destruição de maquinários ultrapassam R$ 1 milhão, segundo levantamento das forças federais. Mais de 500 itens usados na garimpagem, como motores, bombas de sucção e geradores de energia, foram detonados com a utilização de explosivos.

Nos municípios fronteiriços foram apreendidos combustíveis de origem ilegal. A Folha registrou no fim de semana a inspeção feita pelas tropas federais em veículos que transitam pela região. Na divisa com o Amazonas, foram identificados 30 pontos de desmatamento.

Somente do Exército são empregados 800 homens às ações de patrulhamento e fiscalização, que ainda não têm data para acabar. São militares das organizações sediadas em Roraima e Manaus (AM), que foram divididos nas atividades. Quarenta policiais federais integram a operação.

O 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel (1º BIS), de Manaus, está realizando o controle dos principais eixos de acesso aos municípios de Normandia e Bonfim, coibindo a ocorrência de descaminho e contrabando de mercadorias, bem como a entrada de drogas a partir da fronteira com a Guiana.

O 12º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado realiza atividade semelhante de combate aos crimes transfronteiriços no limite entre o Brasil e a Venezuela, com atuação na extensão da BR-174 e na terra indígena São Marcos.

O 7º Batalhão de Infantaria de Selva (7º BIS) atua na terra indígena Yanomami, para identificar e desativar garimpos ilegais e pistas de pouso clandestinas, além de fiscalizar a presença ilegal de estrangeiros na região.

Ainda realiza patrulhas na faixa de fronteira com a Guiana, na reserva Raposa Serra do Sol, coibindo a entrada de drogas e a ocorrência de garimpo ilegal. Seis aeronaves do 4º Batalhão de Aviação do Exército, de Manaus, permitem a infiltração de mais de 20 patrulhas na região de selva, além de colaborar na identificação e interdição das pistas e locais de garimpos.

O 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva está situado no sudeste de Roraima, nos municípios de Rorainópolis, São Luís do Anauá, São João da Baliza e Caroebe, com patrulhas até a divisa do Estado com o Pará. Nessa região, tem recebido o apoio da Polícia Federal, do Ibama e ICMBio, na coibição de ações de desmatamento ilegal, garimpo e contrabando de armas e munições.      

Lá, foram identificados 30 pontos de desmatamento, seja por meio de sobrevoos ou mesmo por patrulhas motorizadas e a pé. Os responsáveis pelo desmatamento e garimpo estão sendo autuados pelo Ibama.  

A 1ª Brigada de Infantaria de Selva afirma que do norte ao leste de Roraima estão sendo patrulhados cerca de 12.000 km, estabelecidos pontos de controle desde as rodovias federais até as vicinais, tendo sido até o momento apreendidos 2.500 litros de combustível de origem ilegal.

ACISO – Concomitantemente a essas ações estão sendo realizadas Ações Cívico-Sociais (Aciso), com 1.062 atendimentos médicos e odontológicos, distribuídos medicamentos e realizadas palestras educativas para as populações que habitam comunidades carentes, incluindo comunidades indígenas isoladas.