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Peças de acervo indígena Yanomami e Wai-Wai são furtadas do museu de RR

Assista no site do G1:

Peças de acervo indígena são furtadas do museu de RR


Colares, brincos, anéis e quadro foram furtados no início desta semana.

'Maior prejuízo foi cultural', diz diretora do museu; polícia investiga.

Fonte: Emily Costa - G1 Roraima

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Peças estavam armazenadas dentro do museu e foram levadas no início desta semana; itens tinham sido produzidos por indígenas (Foto: Emily Costa/G1 RR)

Colares, brincos, anéis e um quadro foram furtados do acervo do Museu Integrado de Roraima (MIRR), em Boa Vista. As peças compõem a coleção de itens produzidos por índios das etnias Yanomami, Wai-Wai e do conjunto dedicado à história do garimpo no estado. O material foi furtado no início da semana e nesta quinta (21) o prédio voltou a ser invadido por bandidos que levaram partes de centrais de ar, de um cortador de grama e de computadores.

Segundo a diretora do museu, Verbena de Lima, não é possível calcular o prejuízo causado com os furtos, uma vez que a maior perda foi 'cultural'. Ela cita que já acionou a Polícia Militar e também levou o caso à Polícia Civil.

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Quadro 'Índio Yanomami' também foi furtado da
coleção (Foto: Emily Costa/ G1 RR)

"Os furtos não afetaram a integridade da nossa coleção. O que houve foi uma violação do acervo e nossa maior indignação foi justamente essa: nos sentimos fracos e violados", disse.

 

Conforme funcionários do museu, os furtos aconteceram por causa da fragilidade do prédio, que desde 2012 está com a visitação suspensa por causa de uma reforma. Os servidores disseram ainda que os itens furtados fazem parte do acervo que tem mais de 30 mil peças divididas nas seções de etnologia, arqueologia e história de Roraima.

"Os bandidos cometeram os furtos durante as últimas noites a contar do sábado [15]. Eles arrombam as janelas, que são de madeira, entram no prédio e levam tudo o que podem", afirmou uma das funcionárias.

'Peças furtadas são únicas', diz antropólogo
Para o antropólogo Carlos Borges, o caso é 'lamentável'. De acordo com ele, os itens furtados não possuem valor monetário, pois são únicos. "Todas as peças levadas tinham registro e por isso o valor da perda não é patrimonial, mas estético-cultural", classificou.

Ele reitera que os itens das coleções dos Yanomami e Wai-Wai não poderão ser substituídos, uma vez que foram produzidos em um período singular.

"Os índios fizeram os artesantos em um contexto específico e eles não serão mais produzidos", disse Borges, acrescentando que com a perda das peças, o 'maior prejuízo é da população'. "Existem também no museu peças ainda mais valiosas. Então, eu acredito que neste momento é de extrema importância que a segurança do prédio seja intensificada imediatamente", encerrou.

O que o governo diz
Em nota, a Secretaria de Comunicação informou que os furtos não comprometeram o acervo histórico e reiterou que as polícias Civil e Militar estão atuando no caso. A nota diz ainda que, por causa de uma reforma, as peças do museu estão sendo remanejadas com base nas normas que regulam esse procedimento.