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Dois servidores da Funai, em RR, são afastados do cargo durante operação

Servidores recebiam propina mensal de garimpeiros, diz Polícia Federal.

Funai informou que aguardará os resultados das investigações.

Valéria Oliveira Do G1 RR

5_8_2015

 

Dois servidores ligados à Fundação Nacional do Índio (Funai) foram afastados dos cargos durante a operação 'Warari Koxi', deflagrada em Roraima e mais quatro estados nesta quinta-feira (7) para combater e desarticular uma organização criminosa que agia na extração ilegal de ouro e pedras preciosas nas terras da Reserva Yanomami, na região de Boqueirão e Uraricoera, extremo Norte de Roraima.

Os servidores, conforme a Polícia Federal (PF), são o coordenador-geral da Frente de Proteção Yanomami e Ye'kuana, João Catalano, e o chefe da coordenação técnica local, Paulo Gomes da Silva. A participação deles no esquema, conforme a delegada responsável pelo inquérito, Denisse Silveira, era avisar às pessoas que atuavam nos garimpos ilegais sobre operações policiais em troca de propina.

"Foi detectado durante a investigação o envolvimento de funcionários públicos, dentre eles dois funcionários da Funai, e foi solicitado afastamento até o término da investigação. Segundo a investigação, eles cobravam propina dos garimpeiros para que os órgãos de fiscalização não atuassem na região, avisando-os antecipadamente caso a polícia fosse até o local. Então haveria um pagamento de propina mensal para que pudesse permitir essa exploração na região na terra indígena", disse a delegada.



Além dos servidores da Funai, outros três servidores públicos também foram conduzidos à Polícia Federal, porém os nomes dos órgãos aos quais eles são ligados não foram revelados à imprensa.

Ao todo, a operação da Polícia Federal executou 313 medidas judiciais, sendo 98 mandados cumpridos em Roraima, dentre eles 92 de busca e apreensão, cinco de condução coercitiva e um de prisão. Ainda na operação, 26 lojas foram fechadas pela PF.

A extração ilegal de ouro na Terra Indígena Yanomami gerou cerca de R$ 1 bilhão em movimentações ilegais entre os anos de 2013 e 2014 nos estados de Roraima, Amazonas, Rondônia, Pará e São Paulo, segundo dodos informados pela Polícia Federal.

Servidores
O G1 entrou em contato com os servidores supostamente envolvidos no esquema do garimpo ilegal, porém as ligações não forma atendidas.

Funai
Em nota, a Funai informou que está acompanhando a operação 'Warari Koxi', deflagrada pela Polícia Federal, e aguardará os resultados das investigações.

Operação
Estão envolvidos na operação cerca de 150 policiais federais, de várias regiões do país, além de equipes da Polícia Militar e agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), que atuam no apoio à 'Warari Koxi'.

A PF informou que a organização criminosa investigada é formada por empresários, funcionários públicos, donos de garimpos, joalheiros e pilotos de avião, responsáveis pela implantação de garimpos de ouro, minerais de uso industrial e outras pedras preciosas em reserva Yanomami.

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