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Polícia de RR prende 260 pessoas em garimpo ilegal em reserva Yanomami

FBV: Garimpeiros são levados à Federal

Dos 220 detidos na terra Yanomami, 80 chegaram à Capital na madrugada desta sexta-feira e, após depoimentos, foram liberados


De acordo com a Funai, na região, que deveria ser protegida, estão cerca de 800 garimpeiros trabalhando de forma ilegal.


jn
Assista no site do Jornal Nacional

A polícia de Roraima prendeu 260 pessoas que trabalhavam em um garimpo ilegal na reserva indígena Yanomami.


Do alto se vê a imensidão da floresta. E também uma ameaça à reserva com maior extensão de terra do país, onde vivem 25 mil índios. É o garimpo ilegal, que invadiu a cabeceira do Rio Uraricoera, um dos principais de Roraima.

Há cinco dias uma operação foi iniciada na área. Até agora 260 garimpeiros foram presos e vão responder pelos danos à natureza. As balsas retiravam ouro e deixavam na água uma mancha escura.

"Destruição. É derramamento de monte de gasolina, diesel, mercúrio. Principalmente no rio principal, onde a gente consome, onde a gente pratica os banhos", afirma Maurício Yekuana, vice-presidente Hutukara Associação Yanomami.

“A contaminação por metais pesados, principalmente o mercúrio que é muito utilizado no garimpo. Ele quando entra no nosso tecido adiposo, você tem várias doenças associadas a este tipo de elementos, que pode levar às vezes 10 ou 15 anos para se manifestar”, explica Vladimir Souza, geólogo.

Desde junho, as duas bases da Funai na área foram desativadas por falta de recursos, o que facilitou a extração ilegal. De acordo com a Funai, na região, que deveria ser protegida, estão cerca de 800 garimpeiros trabalhando de forma ilegal. Eles passam meses e até anos sem ser incomodados e retiram de lá mensalmente 80 quilos de ouro.

 



"O que nos preocupa é que existe toda uma rede, uma organização criminosa por trás disso na capital, que financia essa indústria. Uma balsa para você montar é R$ 100 mil. As pessoas que estão aqui são os peões. O grosso está lá na capital”, conta João Catalano, coordenador da Frente Proteção Yanomami-Funai.

Jornal Nacional: Quem são os donos das balsas? Quem é que lucra?
Homem: É muito, é muito. Ninguém sabe quem é não. Não dá para decorar quem é não. É muita gente.

Agora, a Polícia Militar vai permanecer na região até o fim de dezembro.

“Nós agora tomamos de conta dessa parte do território aqui. Iremos verificar o apoio do Estado de forma incondicional, do poder público chamando outros parceiros que têm responsabilidade também na preservação dessa localidade aqui", afirma o major Miguel Arcanjo, comandante da Companhia de Policiamento Ambiental.

 

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