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Garimpeiro morre afogado, mas pai acredita em assassinato

Fonte FBV:  http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=158091

DANIELA MELLER

O naufrágio de uma pequena embarcação, que resultou na morte do garimpeiro Edilson Alves da Silva, 45, ocorrido na tarde de quarta-feira, 28, pode ter um desfecho diferente da primeira informação repassada à polícia de que ocorreu um simples afogamento. Segundo o pai da vítima, o agricultor Antônio Alves da Silva, 68, o filho pode ter sido jogado no rio após ter sido assassinado. O desaparecimento aconteceu por volta das 18h30, nas águas do rio Apiaú em Mucajaí e o corpo foi localizado três dias depois.

Segundo Silva, quatro amigos da vítima que sobreviveram ao acidente aquático, comunicaram o fato apenas no sábado, três dias depois do ocorrido. Eles teriam dito que ambos desciam o rio quando o barco de alumínio bateu contra um tronco de árvore fazendo com que o transporte inclinasse e derrubasse todos os ocupantes, os alimentos, vestimentas, 400 litros de óleo diesel, 200 litros de gasolina e um motor que seria usado na garimpagem.

Enquanto as vítimas tentavam se salvar lutando contra a correnteza, o barco teria submergido e desaparecido. Um deles precisou ser socorrido, porém, Edilson segundo eles, que não sabia nadar, teria sumido em meio à água turva. “Meu filho sempre soube nadar mesmo diante de forte correnteza, essa história é inadmissível. Soube inclusive, que os alimentos nem chegaram a molhar como alegado por eles”, ressaltou Antônio.

Após o acidente os sobreviventes teriam então conseguido chegar à margem e como estavam muito longe da sede do município, mais de duas horas de barco, teriam esperado até o dia seguinte quando outra embarcação se aproximou do grupo socorrendo-os. “O que mais me intriga é que eles tiveram tempo suficiente de pedir ajuda às autoridades competentes e de avisar nós os familiares, porém dois deles ficaram em Mucajaí e dois seguiram para Boa Vista, dormiram tranquilamente e somente no sábado, na presença de um advogado, contaram o que aconteceu. Por que agiram dessa forma? Para quê o advogado? Por que ainda na quinta não pediram ajuda? Tem algo de muito errado em tudo o que está acontecendo”, questionou novamente o pai de Edilson.

Após o comunicado ter sido feito aos bombeiros na capital, uma equipe foi ao local e o corpo foi resgatado segundo Antônio, na tarde de sábado. “Meu filho estava em os dois braços e com o rosto todo desfigurado, acredito que pela ação de peixes, mas mesmo assim, se ele foi morto, como provar? Posso estar errado, nervoso, desesperado pela morte do meu filho, não quero acusar ninguém, quero apenas que tudo seja esclarecido. Quando ocorre qualquer acidente a primeira coisa que a pessoa faz é pedir ajuda das autoridades”.

Na noite de sábado o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e somente após o meio dia de domingo, devido à falta de auxiliares de necropsia,vários exames começaram a ser feitos para comprovar se realmente o corpo localizado é do garimpeiro apontado pela família. O caso está sobre investigação da delegacia de Mucajaí.