De hoje, 18, até o próximo domingo, 21, a Hutukara Associação Yanomami (HAY), realiza um encontro regional na região do Paapiú, na Aldeia Maharau, com a participação de mais de 300 lideranças. O tema principal da discussão será a invasão garimpeira na Terra Indígena Yanomami (TIY).
Serão tratados assuntos como o aliciamento de lideranças para trabalhar no garimpo, além de outros problemas das aldeias que possam estar alterando o modo de vida dos indígenas.
Além disso, segundo a Hutukara, será dada continuidade à discussão do Plano de Gestão Territorial; Políticas Públicas dando prioridade para a questão da saúde indígena; reestruturação da associação, aplicação das alterações no Estatuto Social da Entidade e disseminação do Regimento Interno da HAY entre as lideranças.
Foram convidados os gestores dos órgãos da Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), André Vasconcelos, da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye´kuana, João Batista Catalano e a Coordenação do Distrito Sanitário Yanomami, Joana Claudete Schuertz.
Segundo a Hutukara, a situação do garimpo é uma preocupação constante, porque recentemente o número de garimpeiros só aumenta na TIY, mesmo com as operações constantes. “Por isso as lideranças Yanomami irão discutir este assunto, para encontrar uma forma das Comunidades apoiarem mais as ações da FUNAI e Policia Federal para combater o garimpo”, disse o coordenador de proteção territorial da associação, Dário Vitório Kopenawa Yanomami.
Em relação às políticas públicas, as lideranças irão discutir ações para melhorar a qualidade dos serviços prestados pelo Distrito Sanitário Yanomami, tais como: falta de remédios, falta de estrutura nos postos de saúde na TIY e, o mais preocupante, a grande quantidade de Yanomami que são transferidos para Boa Vista muitas vezes sem necessidade, uma vez que o problema poderia resolvido na Aldeia, se houvesse estrutura suficiente para o atendimento.
Com informações da Hutukara
TERRA YANOMAMI
Comunidades discutem invasão garimpeira
Comunidades discutem invasão garimpeira
SUEDA MARINHO
Fonte fbv: http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=155834
A Hutukara Associação Yanomami (HAY) realizará de hoje até domingo, 21, o Encontro Regional na região do Paapiú, na Aldeia Maharau, com a participação de mais de 300 lideranças das regiões Paapiú, Kayanaú, Uxiú e Catrimani 1. O evento tem como objetivo discutir problemáticas que assolam as comunidades indígenas dessas regiões. O tema principal da discussão será a invasão garimpeira na Terra Indígena Yanomami (TIY).
Segundo o coordenador de proteção Territorial da Hutukara, Dário Vitório Kopenawa, os garimpeiros estão aliciando os indígenas oferecendo bebida, ferramentas, comida e até mulheres para que não denunciem o garimpo ilegal. “A situação está feia. Quando resolvem denunciar, os tuxauas das comunidades são ameaçados de morte. Temos que encontrar uma solução para este problema e fazer com que as comunidades trabalhem junto à Funai [Fundação Nacional do Índio] e a Polícia Federal no combate aos garimpos”, disse Kopenawa.
Temas ligados à saúde e educação também serão discutidos, bem como organização interna da HAY, mudanças climáticas, identificando alterações no modo de vida, plano de gestão territorial, políticas públicas, dando prioridade para a questão da saúde indígena e recursos para melhorar as roças comunitárias.
Participam do encontro o coordenador regional da Funai, André Vasconcelos e o representante da Frente de Proteção Etnoambiental Yanomami e Ye´kuana, João Batista Catalano, e a coordenadora do Distrito Sanitário Yanomami, Joana Claudete.
Os Yanomami também discutirão a falta de medicamentos e de estrutura dos postos de saúde, problemas antigos que assolam as comunidades. “Não era para faltar medicamentos, mas alegam que o difícil acesso às comunidades acaba atrasando a entrega dos remédios. E os Yanomami acabam sendo transferidos para Boa Vista, quando o problema poderia ser solucionado se tivesse medicamento”, destacou o coordenador indígena.
Em relação à educação, Dário Kopenawa afirma que em algumas aldeias os professores estariam tirando do próprio bolso recursos para compra de materiais escolares. No Estado, 27 escolas localizadas em região Yanomami estão cadastradas junto à Secretaria de Estado e Educação (Seed).
“Se o próprio governo não nos respeita, quem irá nos respeitar?”, questiona Dário Kopenawa, complementando que, quando procura a secretaria para explicações, alegam que os governos federal e estadual não enviam recursos para pagar as horas de voos. (S.M)