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Operação vai fiscalizar venda de bebida alcoólica para índios

Fonte FBV: http://folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=150250

2_19_04_2013

A Frente de Proteção Etno-Ambiental Yanomami/Yekuana, da Coordenação-Geral da Fundação Nacional do Índio (Funai), prepara uma operação de combate à venda de bebida alcoólica a índios em Roraima. A rigorosa fiscalização acontecerá no início do próximo mês em bares e estabelecimentos comerciais da Capital e interior do Estado.

O coordenador da Frente de Proteção Etno-ambiental Yanomami/Yekuana, João Batista Catalano, disse que a Funai já está realizando ações educativas junto aos comerciantes mais próximos das comunidades indígenas, no interior do Estado. “Por enquanto, estamos apenas orientando os comerciantes a não venderem bebida alcoólica a índios porque não pode, isso é crime. E no próximo mês vamos fiscalizar e autuar, se for o caso”, avisou.


Catalano adiantou que, se necessário, a Funai vai acionar a Polícia Militar para apoiar a operação nos estabelecimentos comerciais em Boa Vista. No caso da fiscalização em terras indígenas, a Funai poderá solicitar apoio da Polícia Federal e até do Exército Brasileiro.

“Temos casos em que fazendeiros mal-intencionados pagam a mão-de-obra dos índios com cachaça. O alcoolismo talvez seja o principal problema enfrentado hoje pelas autoridades que tratam da saúde indígena em Roraima. O índio logo se torna dependente do álcool quando mantém contato com o branco”, disse.

No Brasil, comercializar, dar, oferecer ou vender bebida alcóolica para índios é crime. A infração está imposta no artigo 58, III, da Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio). A pena pode variar de 6 meses a 2 anos de prisão. A população pode denunciar pelos telefones 190, 0800-951000 ou aos órgãos que tratam da causa indígena, como MPF, Funai e Funasa.

FLAGRA - Ontem à tarde, a Folha flagrou vários índios ingerindo cachaça em um boteco na avenida Bejamim Constant, no bairro São Vicente, zona Sul. Moradores próximos denunciam que o local já virou até ponto de encontro dos indígenas alcoólatras.

“Dá pena de ver esta situação. Eles chegam de mochilas nas costas e ficam aí, bebendo cachaça por vários dias. Atam redes ou dormem nesta parada de ônibus. Cadê os órgãos que deveriam cuidar da saúde dos índios?”, questionou uma moradora, que preferiu não se identificar.