• Home
  • Notícias
  • Índios e ribeirinhos invadem canteiro de obras de Belo Monte

Índios e ribeirinhos invadem canteiro de obras de Belo Monte

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1249985-indios-e-ribeirinhos-invadem-canteiro-de-obras-de-belo-monte.shtml

AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS


Um grupo de índios, ribeirinhos e pequenos agricultores invadiu na madrugada desta quinta-feira (21) um dos canteiros de obras da hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira (900 km de Belém). A manifestação levou à paralisação das atividades de cerca de 6.000 operários no sítio Pimental.

Segundo a Norte Energia, empresa responsável pela hidrelétrica, participaram da invasão cerca de 60 pessoas. Por questões de segurança, o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte) decidiu paralisar as obras no sítio Pimental e retirar os operários do local.

Os demais canteiros de obras, Belo Monte e Canais e Diques, continuam funcionando normalmente.

Os invasores cobram o cumprimento de compensações previstas pela obra.
Belo Monte

fspbelomonte

Segundo o Movimento Xingu Vivo, grupo ambiental contrário a Belo Monte, entre os manifestantes há índios juruna, xipaia, curuaia e canela. Os pequenos agricultores são moradores de uma área próxima à obra.

Dentre as queixas desses grupos está a indefinição sobre a regularização fundiária de áreas próximas à obra e o sistema de transposição de embarcações pelo rio Xingu (estrutura para contornar áreas mais secas do rio), que eles dizem estar prejudicando os barcos pequenos.

Funcionários da Norte Energia foram ao local negociar com os manifestantes. Agentes da Força Nacional de Segurança também acompanham a invasão.

O CCBM informou que, até agora, a ocupação se deu de forma pacífica, não havendo qualquer ato de depredação ou violência. Os trabalhadores voltaram para os alojamentos, enquanto representantes da Força Nacional permanecem no local.

Atualmente, as obras de construção da usina reúnem cerca de 21 mil trabalhadores e deve atingir o pico no segundo semestre, com 28 mil operários.

Já é o segundo protesto em Belo Monte envolvendo índios neste ano. Em janeiro, eles fecharam o acesso ao sítio Pimental durante três dias, reclamando de impactos da obra ao rio Xingu, e terminaram o protesto após uma garantia de indenização.

No ano passado, índios chegaram a realizar um quebra-quebra nos escritórios da obra. No início deste mês, operários tocaram fogo em alojamentos.

A hidrelétrica de Belo Monte tem conclusão prevista para 2019 e deverá ser a terceira maior do mundo.