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EDUCAÇÃO INDÍGENA:Professores yanomami já podem passar por exame de suplência

Fonte: http://www.educacao.rr.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1920&Itemid=29

Professores yanomami foram preparados para a certificação no Ensino Fundamental, por meio de uma capacitação para exame de suplência promovida pela Divisão de Educação Indígena, da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Desportos (SECD).

O encerramento das atividades ocorre nesta quinta-feira, a partir das 8 horas, na Escola Riachuelo, na comunidade do Sucuba, município de Alto Alegre, distante 60 quilômetros da Capital.

O curso foi ministrado pela primeira vez no Estado. São em média 10 pessoas entre educadores e técnicos da Divisão de Educação Indígena da SECD. Como a maioria dos participantes não domina a Língua Portuguesa, as aulas contam com tradutores em sanomá, yanomami, yanomama e ninã, alguns dos dialetos falados pelos índios yanomami.

Ao todo, 35 professores participaram da formação que foi dividida em etapas. A primeira inclui conhecimentos de 1ª a 4ª séries e a segunda, de 5ª a 8ª séries. São aulas nas disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e Geografia no período matutino, vespertino e com atividades extras à noite e inclusive aos sábados.

A experiência inédita busca oferecer condições dos professores concluírem o Ensino Fundamental e terem acesso a partir do próximo ano ao curso de Magistério. Atualmente os educadores que atuam na Terra Indígena Yanomami, não possuem formação. Eles são índios que falam fluentemente a língua da comunidade em que vivem, indicados pelas lideranças, porém sem a formação exigida.

“É um desafio mas que vai trazer resultados. É o primeiro passo para a formalização das escolas nas comunidades yanomami. De eles terem acesso ao conteúdo exigido e de nós conhecermos a realidade da língua e o universo da cultura desse povo” revela a chefe da Divisão de Educação Indígena da SECD, Ineide Izidório.


ESTRUTURA

Os cursistas deixaram os locais de origem de avião por meio da parceria com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Eles recebem também alojamento e alimentação na Comunidade de Sucuba por meio da SECD.

Os yanomami não têm o hábito de assistir aulas em cadeiras ou bancos e diante desta realidade é preciso adaptar a metodologia das aulas para torná-las mais interessantes. O alimento oferecido é outra dificuldade para a Divisão de Educação Indígena, pois os índios estão acostumados a carnes de caça e frutas como a banana.

“Nos primeiros dias, oferecemos frango, produto que eles não estão acostumados. Muitos não gostaram, outros simplesmente passaram mal. Foi assim também com o jerimum, pão, leite e café. Para nossa surpresa eles preferiram mingau de banana e macaxeira. São oportunidades únicas que temos para conhecer de perto as particularidades do povo yanomami e assim aprender com eles”, ressalta a chefe da Divisão.

A próxima meta é concluir o projeto para a realização do curso de Magistério. A iniciativa vem sendo desenvolvido por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR) com apoio do Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação (Ceforr). A intenção é oferecer a formação entre 2012 e 2015.



ÉRICA FIGUEREDO/SECD

16.11.11