Entrevista com o líder Elizeu Guarani Kaiowá

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Entrevista  com o líder Elizeu Guarani Kaiowá

Elizeu é um importante líder do Povo Guarani Kaiowá. Em sua luta pelos direitos de seu povo, ele foi processado pelos fazendeiros, ameaçado de morte, escapou de tiros em algumas emboscadas e não pode voltar a aldeia, onde deixou sua família.
Elizeu fala da questão da terra no Mato Grosso do Sul e da luta de seu povo.

Temos acompanhado há muitos anos a situação absurda e desumana a que o povo Guarani Kaiowa é submetido. Amigos queridos desse povo já foram assassinados, centenas de jovens se suicidaram e continuam recorrendo a essa trágica "solução" diante da falta total de perspectiva de vida.

A realidade desse  povo no Mato Grosso do  Sul vai contra qualquer ideia de humanidade, de respeito, de dignidade. As aldeias que existem são pedaços mínimos de terra, sem condições de sobrevivência, quanto mais de vida ! E estão acuadas pelo agronegócio, por cidades e governos que querem se ver livre dos índios.

Os que ainda não conseguiram a demarcação de um pequeno pedaço de terra, são expulsos continuamente de seu território sagrado e acampam na beira das estradas ou próximo a fazendas que invadiram oficialmente, com papel passado,  seus territórios.  As terras demarcadas são tão pequenas que mais parecem grandes favelas que não oferecem condições de sustentabilidade à comunidade.

Nenhum governo até hoje quis dar solução a esse caso. Ou talvez a intenção fosse mesmo a extinção programada de um povo.
Infelizmente, os últimos anos de governo petista só pioraram a situação. O modelo desenvolvimentista a qualquer custo adotado vem apoiando a expansão das frentes do  agronegócio e grandes obras de infraestrutura que beneficiam grandes corporações e interesses internacionais.

O descaso com a situação dos Guarani Kaiowá e de outros povos submetidos a interesses econômicos é uma grande contradição de um governo que enfrentou ditadura, torturas e lutou pelo estado de direito.
As igrejas, católica e protestante, também disputam a alma e os lucros que esse povo pode render sem conseguir contribuir com soluções ou propostas.

Falta indignação e postura da sociedade. A situação dos Guarani Kaiowá, dos afetados por Belo Monte, pelas estradas e mineradoras é um problema nosso, não deles. É a sociedade consumista que alimenta a depredação do planeta e o genocídio dos povos originários.

Abaixo segue link uma entrevista que que fiz recentemente com o líder Elizeu Guarani Kaiowá programa o programa Aldeias Sonoras. Uma pequena contribuição para o esclarecimento sobre a situação.

Angela Pappiani


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