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Davi Kopenawa no livro comemorativo dos 50 anos da CAFOD

Leia a tradução de um trecho do livro comemorativo dos 50 anos da CAFOD sobre a parceria com Davi Kopenawa e a Hutukara

Leia  trecho do livro comemorativo dos 50 anos da CAFOD sobre a parceria com Davi Kopenawa e a Hutukara (English)


CAPA FRENTE DO LIVRO


50 anos: 50 vozes

Histórias de fé e esperança


“Percebi que quando se está perdido e com muita fome, e quando se foi abandonado, se quer muito duas coisas: água e comida, e amor”


Cardeal Basil Hume, depois de visitar a Etiópia em 1984


“Ao nos unirmos ficamos mais fortes, e temos a confiança para exigir aquilo a que temos direito”

Abdur Rahim, Bangladeche


“Enquanto estivermos vivos, temos esperança. Ainda tenho os meus filhos. Isso é uma bênção para mim”.

Carmen Charles, Haiti


Impresso em 100% papel reciclado



Pagina 94-95 do livro

Davi Yanomami, Brasil

Nos últimos quatro anos a CAFOD tem ajudado a Hutukara Associação Yanomami (HAY) no Brasil a proteger as terras indígenas da mineração e a chamar a atenção para a mudança climática. Ambos estão a afectar gravemente o ambiente e a subsistência das comunidades indígenas da região amazónica. O Presidente da HAY, Davi Kopenawa Yanomami tem sido um importante porta-voz dos direitos das comunidades indígenas nos últimos 25 anos.

Numa assembleia dos povos indígenas no Brasil, Davi Kopenawa fala sobre os perigos do garimpo e da alteração climática.

“Nós, índios, que está lá na aldeia, a gente está vendo, a gente fala: Olha para o céu. O céu está mudando. O sol também está mudando. E a chuva também está mudando. Com muita chuva nós não podemos trabalhar. Temos que esperar até chegar o sol. Nós estamos vendo uma grande derrubada da floresta pelo homem que derruba para plantar soja, para plantar cana-de-açúcar. Está deixando nós ficar doente. Porque a floresta está queimando muito. Queimando as árvores também venenosa. Tem que parar. Os brancos estão começando a se preocupar. Nós sempre avisámos para eles. Mas os homens não escutam. Os homens não acreditam. Eles não estão vendo. Nós estamos lá na aldeia, na selva e nós estamos vendo que as coisas estão mudando. Está muito feio para nós. Chama nós, povo indígena, para participar na reunião, em conjunto com o internacional para discutir sobre a mudança climática que está rodando  o mundo inteiro. A minha mensagem é esta para eles: para pensar no coração e para pensar na cabeça para mudar o pensamento deles. A Terra é a vida. A floresta, a água é a vida. Não é dinheiro. O dinheiro é só para fazer a cabeça louca. O dinheiro é só para matar, para destruir a natureza, destruir a água, destruir o rio, arrancando  o ouro, o minério. Pensando você a favor da Natureza, a favor da Terra, eu acho que tem que procurar a solução urgente para você aprender o que é preservar mesmo, de verdade. Não é com dinheiro, não. É conversando, falando, falando com outra autoridade, com outro Governo para pensar como um só, para parar de destruir essa Terra.”


FATO

O garimpo de ouro afectou as comunidades Yanomami nos anos 80 e 90. 20% da tribo – cerca de 4.000 pessoas – morreram em sete anos na sequência de doenças e conflitos com os garimpeiros.

À direita: Davi Kopenawa Yanomami é um activista que faz campanha em nome dos povos indígenas do Brasil. Ajudar comunidades pobres a permanecerem em controlo da sua terra é uma parte vital do trabalho da CAFOD.

CAPA ATRAS DO LIVRO

“Pense pelo coração e pela cabeça. Mude a sua maneira de pensar. Pense na Terra. É vida. A floresta é vida. A água é vida.”

Davi Yanomami, Brasil


“Ensinamos os nossos filhos que somos irmãos e que não nos devemos vingar. Concentramo-nos nas coisas que nos unem, não nas que nos dividem.”

Odette Kayirere, Ruanda


“É este espírito que ainda está no centro do trabalho da CAFOD: uma solidariedade genuína para com aqueles que são menos afortunados que nós”


Mildred Nevile, Reino Unido


50 anos: 50 vozes

Histórias de fé e de esperança


50 anos: 50 vozes junta algumas das pessoas que fizeram parte do trabalho da CAFOD nos últimos 50 anos. Desde Ros Kheang que foi raptada pelos Khmer Rouge no Camboja, à reflexão do Cardeal Hume após a sua visita à Etiópia durante a crise da fome. Das mulheres que organizaram o primeiro Dia de Jejum em 1960 à Holly, de 17 anos, de Hampshire, cuja compaixão continua a inspirá-la a lutar contra a pobreza e contra a injustiça, ouvimos algumas das vozes mais inspiradoras na nossa comunidade mundial e que fizeram os últimos 50 anos possíveis.

Este livro – as suas citações, reflexões e orações – é uma celebração da vossa contribuição para as vidas das pessoas mais pobres do mundo.

Abençoados sejam aqueles que choram, pois serão consolados