H1N1-Três yanomami estão com suspeita da doença

Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=126665

Por: Vanessa Lima

Três yanomami estão internados na Casa de Saúde do Índio (Casai) em Boa Vista com suspeitas do vírus da influenza A (H1N1), conhecido popularmente como gripe suína. Amostras já foram coletadas e encaminhadas para laboratório de referência do Ministério da Saúde para análise. O resultado do exame deverá sair até a próxima sexta-feira, 30.

Desde o ano passado até agora Roraima não registrou nenhum caso da doença, que em 2009 matou duas pessoas. À época, 77 casos da H1N1 foram notificados no Estado. Desses, 38 tiveram confirmação e 39 foram descartados. Não houve caso de indígena contaminado pela gripe suína.

A Folha apurou extraoficialmente que um dos indígenas com a suspeita de H1N1 seria da região de Barcelos, no Amazonas. Apesar de estar no Estado vizinho, essas comunidades yanomami são atendidas em Roraima. Outro índio seria da região de Surucucu, que fica a noroeste do Estado.



Conforme informações repassadas pela assessoria de comunicação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), já foi confirmado que os indígenas estão com o vírus da gripe (influenza A), mas o subtipo - se é a sazonal ou a H1N1 - será descoberto por meio do exame.

O quadro de saúde dos yanomami é estável. Todos estão sendo medicados com Tamiflu, conforme protocolo de tratamento da doença publicado pelo Ministério da Saúde. O medicamento é indicado para casos graves e grupo de risco – grávidas, obesos, crianças (menores de 2 anos), idosos (maiores de 65 anos), pessoas com problemas crônicos e indígenas.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que o Comitê Emergencial esteve reunido na manhã de ontem, no auditório da pasta, com representantes do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (Dsei) para tratar de casos de síndrome gripal (gripe comum) registrados na terra indígena Yanomami do lado do Amazonas.

A Sesau afirmou em nota que até o momento não existe confirmação de nenhum caso de H1N1. Foram coletadas algumas amostras e encaminhadas ao Laboratório Central de Roraima, que deverão ser enviadas para o Instituto Evandro Chagas, no Pará.

Os casos estão sendo monitorados pelo Dsei Yanomami e pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica. Roraima possui 10% da população de índios do país. No Estado, os indígenas representam 20% dos habitantes.


Sesau está em alerta para controle de casos

A equipe do Núcleo de Controle da Influenza, Tétano e Poliomielite (NCITP) da Sesau e as quatro unidades Sentinelas estão constantemente em alerta para a investigação de casos suspeitos da influenza A (H1N1).

As três unidades sentinelas de Boa Vista estão localizadas no Hospital da Criança Santo Antônio, Policlínica Cosme e Silva e na Casa do Índio (Casai). A quarta unidade fica no Hospital Délio Tupinambá, em Pacaraima, fronteira com a Venezuela.

Recentemente, o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), publicou protocolo de tratamento da doença para orientar a conduta dos profissionais de saúde e das unidades Sentinelas. O documento contém informações que vão desde a definição da síndrome gripal, manejo clínico, tratamento, fatores de risco até características clínicas da doença.

A gerente do NCITP, Mônica Soares, afirmou que não há razão para pânico no Estado, já que apenas circula o vírus suave nasal nos municípios, ou seja, o vírus normal. “Coletas para verificar sobre a ocorrência foram feitas este ano, e recebemos o relatório negativo dos resultados. As análises foram feitas pelo Laboratório Central. A população pode ficar tranquila”, informou.

Mônica orientou a população a evitar ambientes fechados, lavar as mãos com frequência com água ou gel anticéptico, principalmente antes das refeições, depois de tossir e espirrar. O recomendado é tossir ou espirrar usando lenço de papel.  Evitar colocar as mãos no nariz, olhos ou boca.


Campanha de vacinação acontecerá em maio

A Campanha de Vacinação contra a influenza A em Roraima acontecerá de 5 a 25 de maio. A estimativa é aplicar cerca de 107.500 doses em todos os municípios do Estado.

O grupo prioritário serão crianças de até dois anos, grávidas, maiores de 60 anos e profissionais da área de saúde. Até o final deste mês, o Ministério da Saúde enviará as doses da vacina para as unidades de saúde.

A gripe A (H1N1) é uma doença respiratória de porcos causada por um vírus influenza tipo A, que causa regularmente crises de gripe em suínos. Ocasionalmente, o vírus vence a barreira entre espécies e afeta humanos.

Os sintomas da doença são febre repentina, dor de garganta, dor de cabeça e cansaço. Nos casos de gestantes, o ideal é que o médico avalie a necessidade de dar medicamentos antivirais, mesmo sem a confirmação de que se trata da gripe suína. Ao sentir qualquer um dos sintomas, a pessoa deve procurar o posto de saúde para fazer o diagnóstico precoce.