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Exército desativa mais cinco garimpos na área Yanomami

Fonte: http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=126404
23/03/2012 01h34


m2012


A reserva Yanomami é o principal foco da garimpagem ilegal em Roraima
YANA LIMA


Cinco pontos de garimpagem ilegal dentro de reserva indígena Yanomami foram fechados durante uma ação conjunta entre Exército Brasileiro, Polícia Federal, Fundação Nacional do Índio e Ibama. Desde segunda-feira, 19, até a quarta-feira, 21, cerca de 60 militares e agentes dos órgãos parceiros estiveram envolvidos na operação.


Dos locais interditados, quatro operavam com o uso de balsas, na área indígena do Kaianaú, e outro garimpo utilizava maquinário, na região da comunidade Hakoma, nos municípios de Alto Alegre e Iracema, respectivamente. Nenhuma pessoa foi detida e o material apreendido ainda não havia sido discriminado até ontem.

O comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general José Luiz Jaborandy, explicou que a garimpagem ilegal é recorrente no Estado e estes eventos são acompanhados constantemente por um serviço de inteligência, gerando episódios de trabalhos em conjunto com os órgãos envolvidos.

Há ainda uma diretriz do Comando Militar da Amazônia (CMA) que em determinados períodos concede horas de voo para a brigada, que as aproveita para este tipo de atividade conjunta. “É uma operação realizada com frequência, na qual colaboramos com os demais órgãos para evitar os danos ambientais, que são uma consequência desta atividade”, disse o general Jaborandy.


General José Luis Jaborandy: “É uma operação realizada com frequência”

As ações acontecem por vias aéreas e fluviais. Devido à dificuldade de abordagem - realizada por embarcações ou helicópteros - na maioria das vezes os garimpeiros acabam abandonando o local antes da chegada dos policiais. O curto período para as atividades também não dá margem para a realização de um trabalho de campana ou perseguições, o que facilita a fuga dos envolvidos.

O Ibama tem interesse na questão devido ao alto grau de degradação ambiental, e a Funai, porque a região está em reservas indígenas. Enquanto a Polícia Federal atua pela razão de a garimpagem ser crime. A exploração mineral em terras indígenas não é permitida por falta de regulamentação do artigo 231 da Constituição Federal, que condiciona a pesquisa mineral em áreas indígenas à autorização do Congresso Nacional.

Já o Exército tem atribuição legal de atuar no perímetro de 150 quilômetros nas áreas de fronteira, além de facilitar o acesso dos órgãos fiscalizadores ao local. “Colaboramos para estes órgãos até mesmo pela nossa capilaridade e maior capacidade operativa, o que facilita o acesso destes órgãos para exercitarem suas funções”, frisou o general.

Em novembro do ano passado, pelo menos 27 garimpeiros foram detidos na terra indígena Yanomami, durante a operação Baixo Rio Branco, deflagrada no final de outubro. Em uma das ações, 13 garimpeiros conseguiram fugir, mas se entregaram em seguida e foram removidos para Boa Vista.

Os garimpeiros foram retirados dos polos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Homoxi, Arataú, Alto Catrimani e Kayanaú, onde foram pedir socorro. Na sede da PF, após serem ouvidos e assinarem um Termo Circunstanciado pelo cometimento do crime de garimpagem, os detidos foram liberados e estão à disposição da Justiça.

Contingente de Roraima é dispensado de missão no Haiti na segunda-feira


Os mais de 300 militares de Roraima destacados ao Haiti para ajudar na reconstrução do país devem retornar para casa após seis meses de missão, a partir de segunda-feira, 26. O grupo foi enviado ao país em setembro do ano passado, quase dois anos após o terremoto que devastou o país mais pobre das Américas e deixou milhares de mortos.

Desde 2004, o Brasil comanda a Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti. Quando retornam de uma missão como esta, os militares passam por avaliações médica e psicológica e depois têm uma folga de 15 dias de descanso. Em seguida, eles voltam às atividades rotineiras.