Davi Kopenawa, “além do bem e do mal”.

Disponível em: http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=133430

Nietzsche no seu “Além do Bem e do Mal” dizia que o primeiro tipo humano considerado “moral”, para ele sinônimo de “bom”, foi o guerreiro. As antigas sociedades enxergavam no grande combatente o exemplo moral perfeito, já que ele protegia o seu povo e o território essencial à sobrevivência de todos.

Guerreiro é um dos termos adequados para tratar um dos roraimenses mais ilustres, refiro-me a Davi Kopenawa que neste sábado, na Orla Taumanã, será homenageado em comemoração aos 20 anos da homologação da Terra Indígena Yanomami.

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Revista Trip: Davi Kopenawa Yanomami Pouco conhecido em seu próprio país, ele é a mais respeitada liderança indígena brasileira

13.07.2012 | Texto por Lino Bocchini, de Boa Vista    

Disponível em: http://revistatrip.uol.com.br/revista/212/paginas-negras/davi-kopenawa-yanomami.html#10


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Pouco conhecido em seu próprio país, Davi Kopenawa Yanomami é a mais respeitada liderança indígena brasileira. Já foi premiado pela ONU, garantiu um território maior que Portugal para seu povo e tem biografia best-seller em francês. Em sua maior entrevista já publicada, fruto de dois dias de conversa, Davi fala da vida, da natureza e da falta de esperança no futuro: “Não tô triste não, eu tô revoltado”.

Difícil não sentir certa culpa conversando com Davi Kopenawa Yanomami. Durante os dois dias em que a reportagem da Trip acompanhou a rotina da principal liderança indígena brasileira, ele não aliviou em nada a barra pra nós, homens brancos, ou napë: aponta para a aliança do repórter para exemplificar como estamos acostumados com ouro, prata e outras riquezas naturais que vêm, por exemplo, do garimpo que há séculos destrói terras indígenas e mata seu povo. Não vê esperança no futuro, seja de índios ou do que chama de povo da cidade: “Ou vamos morrer queimados, ou vamos morrer afogados”. Critica todos os governantes do Brasil e do exterior, de ontem e de hoje, e acha que na Rio+20 não tiveram interesse em ouvi-lo. Não se cansa de repetir que os índios nunca foram respeitados e que brancos não entendem a importância de preservar a natureza. “Pra que vocês vão pra escola? Pra aprender a ser destruidor? Nossa consciência é outra. Terra é nossa vida, sustenta a barriga, é nossa alegria. É boa de sentir, olhar... é bom ouvir as araras cantando, as árvores mexendo, a chuva.”

Davi Kopenawa tem (estimados) 58 anos, vive na região da Serra do Demini, onde nasceu, perto da fronteira entre Amazonas e Roraima com Venezuela. Fica no hemisfério norte do globo, e lá se chega depois de duas horas de voo com um monomotor a partir de Boa Vista ou então após uma jornada de dez dias de barco da capital roraimense. Kopenawa viu de perto pai, avós, tios e praticamente toda sua família e centenas de outros “parentes” (como chama os demais Yanomami) morrerem de doenças vindas do contato com não indígenas. Parte chegou com missionários evangélicos que viveram em sua tribo por anos, e que quase o fizeram trocar as pajelanças por Jesus. Davi sobreviveu a essas epidemias e, adolescente, conseguiu libertar-se das crenças brancas e também resistir às tentações da cidade. Hoje é intérprete da Funai, pajé, chefe do posto indígena de sua região e presidente da Hutukara Associação Yanomami – “uma embaixada indígena junto ao homem branco”, explica.

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Davi Kopenawa Yanomami na TV Trip

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Davi Kopenawa Yanomami na TV Trip

Pouco conhecido em seu próprio país, Davi Kopenawa Yanomami é a mais respeitada liderança indígena brasileira. Já foi premiado pela ONU, garantiu um território maior que Portugal para seu povo e tem biografia best-seller em francês. Em sua maior entrevista já publicada, fruto de dois dias de conversa, Davi fala da vida, da natureza e da falta de esperança no futuro: "Não tô triste não, eu tô revoltado"

Davi Kopenawa Yanomami na Conferência RIO -20

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Davi contra Golias

Num plano sequencia de 10 minutos, o líder yanomami Davi Kopenawa (Prémio Global,1989) relata sobre o massacre sofrido por seu povo, na aldeia de Haximu por garimpeiros em busca de ouro, em julho de 1993.
Roteiro e Direção: Aurélio Michiles
Tradução : Bruce Albert