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Davi Kopenawa ao centro

Davi Kopenawa Yanomami

Recomendação ao Premio 2008, Bartolomeu de Las Casas, Espanha - Claudia Andujar

Conheci rapidamente Davi na segunda metade dos anos 1970 como interprete da Funai numa missão de salvação de um grupo relativamente isolado, atingido por uma epidemia.  Nessa ocasião a gente apenas se entreviu sem trocarmos palavras.


 

No começo dos anos 1980, a recém formada CCPY (Comissão pela Criação do Parque Yanomami) decidiu de construir uma aproximação a terra Yanomami,  instalando um escritório numa casa alugada, na capital de Roraima, Boa Vista. Estabelecemos um primeiro projeto de saúde entre os Yanomami.

Na época fui encarregada de coordenar os trabalhos da CCPY. A organização se colocou o alvo de conseguir o reconhecimento das terras Yanomami pelo governo Brasileiro. Em Boa Vista, iniciamos um trabalho de saúde, no território in-hospede, que era Roraima.

Davi Kopenawa , um Yanomami, que falava um pouco de português, cheio de curiosidade e coragem, procurou-nos. Desconfiado, tendo recebido informação a nosso respeito, de ser perigosa e a serviço de interesses estrangeiros, veio investigar em loco, sozinho, a razão de nossa presença em Roraima e o intiuito do trabalho nosso com seu povo.  Voltou uma segunda vez,  uma terceira vez, tomando cuidado para ninguém saber que freqüentava o escritório da CCPY.  Passamos por uma curiosa inquisição.

Fiquei impressionada com Davi, por sua curiosidade investigadora, independência,  bom senso e inteligência.   Ficou evidente que era um líder nato com o senso extra-sensorial que o tornou também xamã.   Davi nunca nós decepcionou.

Assim ficamos nos conhecendo e crescemos juntos nessa dura luta, que é a defesa da terra indígena Yanomami.

Trabalhamos junto a partir de 1984, Davi conhecendo outras organizações da época, que constituíram o quadro Pró-Indígena, organizado, no Brasil.

Ficou evidente que precisávamos criar uma rede de apoio com organizações fortes, não só no Brasil, mas em países que já tinham experiência de trabalho com populações indígenas,“primeiras”, geralmente oprimidas pelos regimes políticos locais.

Através das aproximações dos outros e com elas, Davi Kopenawa e a CCPY, construiu uma campanha em defesa da sobrevivência e cultura dos Yanomami, na época, já sofrendo pela  crescente onda de garimpos a procura de ouro.

Davi ficou conhecido como porta voz de seu povo no sul do Brasil e fora.  Nos anos que seguiram chegou a ser convidado para falar na sede da ONU em Nova York, foi recebido com honra pelo secretário geral da organização, ouvido na Organização do Estados Americanos em Washington,  mas também circulou, convidado por índios Norte Americanos, conheceu suas organizações.  Participou da conferência Internacional do Conselho Mundial dos Povos Indígenas do Ártico, em Tromso, na Noruega, (em 1990), como porta voz dos Yanomami.  Através de uma forte amizade construída com o FAFO/Norad (Cooperação da Agencia Norueguesa de Desenvolviemnto)  há 25 anos, o Povo Yanomami continua recebendo o apoio dos Noruegueses, através da Rainforest Foundatiom, para  consolidar a organização do povo Yanomami, a  Hutukara. Outro laço importante criou se através dos anos de trabalho com a Survival International.  Ela perdura  desde os anos 1980 e ajuda a abrir caminhos para novos rumos e apoio político na organização da Hutukara.  A confiança que todos demonstram na integridade da personagem de Davi Kopenawa, deve ser algo que toca todos que o conhecem, um exemplo de que um ser humano, nascido numa aldeia isolada é capaz de perceber do nosso mundo contemporâneo, difícil de convier.  Davi se coloca veemente contra a destruição da Amazônia.

Sou testemunho da força de caráter, do nosso amigo Davi Yanomami, há 30 anos, já que o acompanhei em grande numero de viagens nas campanhas, através das Europa e Américas.  Conheço os Yanomami por 37 anos, primeiro como fotografa, a que se juntou uma pessoa engajada na defesa da  vida, cultura e terra deles.

Hoje, Davi está construindo a unificação de seu povo, através da associação Hutukara, envolvendo as muitas comunidades  Yanomami no Brasil.  Uma árdua tarefa numa sociedade em que tradicionalmente não existia “chefe”. As invasões de garimpeiros e fazendeiros continuam ser uma presença difícil de contornar, num estado inimigo aos índios, como é Roraima,  apesar da Terra Indígena Yanomami ter sido demarcada e reconhecida pelo governo Brasileiro em 1992/93.

Claudia Andujar

Membro fundadora da CCPY

Coordenadora da campanha pela demarcação da Terra Yanomami

Recomendação ao Premio 2008, Bartolomeu de Las Casas, Espanha- Bruce ALBERT

Prêmio Bartolomeu de Las Casas, 2008

São Paulo, 10 de Outubro de 2008

Antropólogo, trabalho com os Yanomami do Brasil desde o ano de 1975. Encontrei por primeira vez Davi Kopenawa em 1978, quando era ainda um jovem (22 anos) intérprete da FUNAI, na região dos rios Catrimani e Ajarani (Roraima, Brasil).  Desde os anos 1980 segui de perto tanto a sua carreira de xamã quanto a sua notável trajetória política em defesa de seu povo. Há 23 anos visito regularmente sua comunidade na aldeia da Serra do Vento-Watoriki (a última vez em setembro passado) e conheço o seu sogro e mentor xamânico, Lourival Yanomami há 33 anos. 
Permito-me, portanto, testemunhar aqui sobre o caráter excepcional da personalidade de Davi Kopenawa, líder interétnico de uma aguda inteligência política, de uma coragem pessoal admirável e de uma dedicação incansável na luta pelos direitos coletivos dos Yanomami. Estas qualidades, fizeram de Davi Kopenawa um dos líderes indígenas mais conhecidos na America Latina e no mundo e o conduziram de sua aldeia no Norte da Amazônia até a tribuna da ONU.   
Porém, além desta trajetória fora do comum, o que sempre me impressionou em Davi Kopenawa é a sua extraordinária criatividade intelectual. A partir do saber xamânico de seu povo Davi Kopenawa teve, de fato, o talento de elaborar uma mensagem universal em defesa tanto da diversidade cultural quanto do meio ambiente do planeta; mensagem esta capaz de tocar um grande público internacional através de manifestações culturais de grande porte como a exposição O espírito da Floresta (Paris, Fondation Cartier, 2003 e Rio de Janeiro 2004) ou a Ópera Amazônia (Bienal de Munique, 2008).
O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss escreveu, assim, sobre Davi Kopenawa :

« (...) Cabe a um dos últimos porta-voz de uma sociedade ameaçada de extinção, por nossa causa, como muitas outras, de enunciar os princípios de uma sabedoria da qual somos ainda demasiadamente pouco numerosos a entender que dela depende, também, nossa própria sobrevivência.»[1]



Bruce ALBERT
Doutor em Antropologia pela Universidade de Paris X Nanterre
Diretor de Pesquisa do IRD
Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento, Paris



________________________________________
[1] Prefácio do número especial da revista Ethnies (Survival International France), Chroniques  d’ une Conquête, 1993 n°14, página 6.

O_PRESIDENTE_DA_HUTUKARA_-_DAVI_KOPENAWA_YANOAMMI_EM_REUNIO_COM_AS_LIDERANAS

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G1: PF faz operação de combate à extração ilegal de ouro em Roraima


PF combate extração ilegal de ouro e pedras preciosas em Roraima


Polícia de RR prende 260 pessoas em garimpo ilegal em reserva Yanomami


G1: Operação em área Yanomami prende 80 pessoas por garimpo, em Roraima


Operação Krokorema II : Número de garimpeiros detidos chega a 80


A pedido do MPF/RR, Justiça Federal determina indeferimento dos pedidos de exploração mineral em terras indígenas


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Segundo Comunicado de la Coordinadora de Organizaciones Indígenas de la Amazonía Venezolana (COIAM)

CIMI: Indígenas lançam campanha contra mineração e construção de hidrelétricas


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Seminário sobre Mineração e Hidrelétricas em Terras Indígenas: Declaração da Tabalascada


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AMAZÔNIA REPÓRTER: saiba os efeitos do garimpo no meio ambiente


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AO DNPM

Mineradora ligada a Jucá pediu 23 autorizações para mineração


CIR critica autorização de pesquisa mineral dada a empresa ligada a Jucá
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EXTRAÇÃO DE OURO
Cooperativa diz que não consegue autorização para pesquisa mineral

 

Polícia Federal faz operação e desativa balsa rio Uraricuera


 

G1: FPEYY recebe denúncia de abuso de crianças indígenas, em Roraima


Notícia Urgente - Garimpo na Terra Yanomami


NO RIO URARICOERA
Funai realiza ação para retirar garimpeiros da área Yanomami

 

 


RIO URARICOERA: Funai inaugura base e pede que garimpeiros saiam pacificamente

 

 


 

Impactos do Novo Código de Mineração proposto pelo Governo Brasileiro‏

 


 

FBV: MPF denuncia 34 pessoas envolvidas com garimpo


 

Vale: multinacional anti-Brasil

 


Até 80% dos garimpeiros expulsos já voltaram, denunciam yanomamis

 


Publicação traça perfil dos interessados no novo Código da Mineração


22 pistas de pouso já foram destruídas na TI Yanomami


Exército destrói pista clandestina na reserva Yanomami em Roraima


"Planet e: TV Alemanha exibi um programa sobre a desintrusão dos garimpeiros do território Yanomami


Código da Mineração, urgência não!


Garimpeiros invadem o Rio Apiaú na TIY


ISA:  Funai, PF e Exército promovem ações para impedir garimpo ilegal na TI Yanomami, em Roraima


Operações de combate ao garimpo na TI Yanomami (2011-2013)


Organizaciones Indígenas de Amazonas se trasladan a Caracas para discutir la Nueva Política Minera del Gobierno


Dilma prepara 20º pacote, agora para mineração


Busca por ouro coloca índios em perigo em RR


Garimpeiros estariam fornecendo armas a yanomamis

ISA lança publicação atualizada sobre mineração em Terras Indígenas na Amazônia Brasileira

Terra Yanomami terá fiscalização permanente para impedir garimpo

Exército confirma a prisão de mais uma pessoa

Operação prende mais 34 garimpeiros

Carta Aberta da CNBB sobre o Marco Regulatório da Mineração‏

Mineração
Ana Paula Caldeira Souto Maior, advogada do Programa de Política e Direito Socioambiental, do Instituto Socioambiental (ISA)

BELO MONTE E A MINERAÇÃO
BELO MONTE É  A FORMA DE VIABILIZAR DEFINITIVAMENTE A MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS.

Mineração em Terras Indígenas
Ricardo Verdum -  This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.

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Entre gritos de ‘Viva Zapata!’ expulsam mineradora de Tetipac

Empresas fazem mais de 4,5 mil pedidos para explorar de ouro a cobre em terras indígenas

CIMI:  Essa terra tem dono: mineração assim não!

Análise: PL 1610/96 e a Mineração à força

Ata da manifestação contra mineração na terra indígena Yanomami- distrito de Maturacá

ACrítica Reportagem Especial: Mineração assombra yanomami

Projeto de Lei deve ouvir povos indígenas sobre mineração, diz antropólogo

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Manifesto: Não à exploração predatória dos territórios e a violação dos direitos indígenas

Proposta sobre mineração em terras indígenas

MPF vai à justiça para anular pedidos de mineração em áreas indígenas no país

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MARINA SILVA - Brasil vive corrida do ouro silenciosa e oculta

Posição da Hutukara sobre mineração em Terra Indígena

Agência Amazônica: Ouro em reserva ianomâmi causa alvoroço na Amazônia


Jornal O Estado de São Paulo: Pajé luta contra mineração em terras indígenas

EcoDebate: SOS Yanomami: ‘Todo o Povo Yanomami está contra a mineração’. Entrevista com Davi Kopenawa

Pesquisa de Mineração no Rio Uraricuera

Oficio Respostas - Comissão Especial Destinada a Proferir Parecer ao Projeto de Lei Nº 1.610, de 1996, do Senado Federal.


Carta Professores Yanomami Sobre Mineração

Carta aberta sobre o desenvolvimento dos Yanomami

Mapa  Exploração Mineral

Mapa  Exploração Mineral 2

Índios yanomami são contra projeto de mineração nas terras indígenas

Fórum em Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI)
NOTA PÚBLICA: Comissão Especial de Mineração desrespeita Povo Yanomami

RELATÓRIO DE VISITA PARLAMENTAR NA TERRA INDÍGENA YANOMAMI
(COMISSÃO ESPECIAL QUE ANALISA O PROJETO DE LEI Nº. 1.610 REGULAMENTANDO A EXPLORAÇÃO E APROVEITAMENTO DE RECURSOS MINERAIS EM TERRAS INDÍGENAS).

 

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Davi Kopenawa em reunião com os Yanomamis

 

 

 

 

 

ASSOCIAÇÃO DO POVO YE´KUANA DO BRASIL
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urihiEspecial 20 Anos

No dia 25 de maio de 1992 um decreto Presidencial do Presidente Fernando Collor de Melo, homologou a terra indígena Yanomami, neste ano de 2012 completa 20 anos e a Hutukara irá comemorar, dar visibilidade política aos problemas e avanços neste período, todas as atividades da Hutukara neste ano terá como tema principal os 20 anos de Homologação da TIY.



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